quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Manuel Carneiro da Grã-Magriço, vereador da Câmara da Póvoa

Manuel Carneiro da Grã-Magriço,  filho de D. Benta e  herdeiro da casa, foi um homem muito bem sucedido; Vaz-Osório traz sobre ele esta notícia:
Nasceu em Balasar, Póvoa de Varzim, a 14 de Fevereiro de 1747, filho de Manuel Nunes Rodrigues do Louro Nobre e de sua mulher, D. Benta Carneiro Grã-Magriço. Faleceu na Póvoa de Varzim, na sua Casa dos Carneiros, a 9 de Março de 1795 .
Senhor da Casa de Balasar, que fora dos seus maiores, reconstruiu a casa da Póvoa de Varzim, que era de sua mulher, passando a ser conhecida por Casa dos Carneiros.
Senhor do Morgado de Rio Tinto, em Esposende, pelo casamento. Fidalgo cavaleiro da Casa Real. Juiz ordinário e vereador da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim . Casou com D. Maria José Lopes Correia da Fonseca e Faria, filha de João Lopes da Fonseca.
Este Manuel Carneiro da Grã-Magriço foi vereador da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim em finais do séc. XVIII, ao tempo em que o concelho da Póvoa era constituído só por uma freguesia. Não sabemos ao certo o período em que serviu a Câmara poveira, mas já lá estava em 1780, pois em 1 de Abril escreve o termo de abertura do livro das actas do Senado, e ainda lá se mantinha em 1894:
Livro que há-de servir para as vereações do Senado da Câmara desta Vila, que todo vai rubricado e rubricado com o meu sobrenome – Carn.o Magriço – e no fim com seu encerramento. Vila da Póvoa de Varzim, 1 de Abril de 1780 anos.
Manuel Carneiro da Grã-Magriço
Uma vez ou outra, na ausência do Juiz Ordinário, como Vereador mais Velho (os vereadores eram dois e distinguiam-se em termos de mais velho e mais novo) assumiu a presidência do Senado, como consta, por exemplo, do seguinte “Acto de Câmara que se faz a requerimento de partes”:
Aos dezoito dias do mês de Dezembro de mil setecentos e noventa e três anos, nesta Vila da Póvoa de Varzim e casas do Paço do Concelho dela, onde, sendo presentes em acto de câmara os vereadores do Senado, Manuel Carneiro da Grã-Magriço, como Vereador mais Velho e presidente do Senado, na ausência do Dr. Juiz de Fora, António Feliz da Costa, José António Mouta e o Procurador do Concelho, Manuel Fernandes Baptista, os quais deferiram ao requerimento de João Rodrigues Rosmaninho e nomearam os louvados para os bens de raiz a Bernardo Francisco do Pinheiro e a Domingues José Morim, ambos lavradores, e a António ?, carpinteiro, e a João Alves, mestre pedreiro, e para juiz do ofício de trolha a Manuel José Artur Ramos, aos quais mandaram eles senadores se lhe deferir o juramento para exercerem suas capacidades, de que de tudo mandaram fazer este termo que assinaram. Eu, José Jerónimo Lopes de Paiva, escrivão da Câmara, o escrevi. Também nomearam a juiz do ofício de pedreiro a João Alves de Coelheiro.
Carneiro Magriço.
José Carneiro da Grã-Magriço

A Manuel Carneiro da Grã-Magriço sucedeu José Carneiro da Grã-Magriço. Ainda em vida do pai, em 1794, José Carneiro da Grã-Magriço aparece nomeado almotacé.
Acto de câmara em que fizeram almotacés
Aos 20 dias do mês de Dezembro de mil setecentos e noventa e quatro anos, nesta Vila da Póvoa de Varzim e nas casas do Paço do Concelho dela, em corpo e acto de câmara, estando presente o Dr. Manuel Barbosa de Magalhães, Juiz de Fora e Presidente deste Senado, e os vereadores o Dr. Manuel José da Silva Cruz, e José Joaquim Lopes Cruz, e o Procurador do Concelho, João Pereira da Silva, e por eles foi acordado que, sendo necessário nomear almotacés para os três meses de Janeiro, Fevereiro e Março do ano futuro de ml setecentos e noventa e cinco, para o que nomearam para almotacés dos ditos três meses de Janeiro, Fevereiro e Março, a José Carneiro da Grã-Magriço e Manuel Fernandes da Silva, e que eu, escrivão, notificasse a eles ditos almotacés nomeados, para receber juramento, e por não haver quem requeresse coisa alguma nesta câmara, mandaram fazer este acto de câmara, que assinaram, e eu, José Jerónimo Lopes de Paiva, escrivão da Câmara, o escrevi.
Manuel Barbosa de Magalhães
Manuel José da Silva Cruz
José Joaquim Lopes Cruz
João Pereira da Silva
José Carneiro da Grã-Magriço casou em 24 de Setembro de 1800, na Capela de S. António da Quinta da Espinheira (São Simão da Junqueira, Vila do Conde), com D. Francisca Henriqueta Coelho Fiúza Ferreira Marinho Falcão Sottomayor, filha de Manuel Duarte Coelho de Amorim e Silva, senhor da mesma Quinta da Espinheira, capitão-mor de Vila do Conde e vereador, e de sua mulher, D. Maria Rosa Fiúza de Faria Marinho Ferreira Falcão Machado Sottomayor.
Uma curiosidade, a irmã deste noivo, D. Maria Vitória, casou no mesmo dia e local, com um irmão de D. Francisca Henriqueta (a cunhada), o Dr. Manuel Duarte Coelho Fiúza Falcão de Amorim e Silva.
José Carneiro da Grã-Magriço foi senhor da Casa dos Carneiros (Póvoa de Varzim), da Casa da Quinta de Balasar e do morgado de Rio Tinto. Foi ainda cavaleiro-fidalgo da Casa Real e oficial de ordenanças. Faleceu na Quinta de Balasar em 1806, muito jovem
Do casal, nasceu a Viscondessa de Azevedo.

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